Afogue-me antes que eu veja a dor.
Antes que meus olhos contemplem o desespero
O pânico de ver tudo passar por passar.
Abraça-me antes que eu sinta frio.
Antes que meu corpo rejeite o seu
Já que aprendemos que tudo é passageiro.
Sem rodeios, não existe atalho para o recomeço.
Ele não é hospedeiro, nem herdeiro de conselhos.
É um caminho árduo, áspero e cheio de tropeços.
Acuda-me antes que presencie o meu leito
A minha despedida, a minha morte.
Sem meu último abraço, beijo, calor e poesia.