Ao vento…

Rasgo todos os versos. Finjo acreditar que vocês se importam comigo. Fantasmas brincam em frente ao espelho. Jogo meus ossos sob a cama fria, folhas secas invadem meu quarto. Vozes sussurram enquanto tento aquecer meu corpo. Inverno, cores amargas. Ando por cômodos vazios, deslizo minhas mãos pelas paredes, danço sem música. Janelas e portas trancadas, ruídos e chiados psicodélicos. Íntimo, vicioso e melancólico instinto. Grito: “Viva…”, mas não consigo escutar minha própria voz no fundo deste oceano. O relógio está parado, mas observo o dia amanhecer e escurecer por diversas vezes. Cavalos brancos cruzam a sala de estar, aviões soviéticos sobrevoam a cidade. Canções de amor sempre deixam marcas… Lágrimas de sangue, desespero, ânsia. Leões beijam meu coração e lobos circulam envolta.

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