O felino correu. Pulou assustado o muro. Sumiu. Mulheres atraentes cruzam ao meu olhar constantemente. Deus ingrato, pensei. Nem tudo é maldade, nem muito menos vaidade. Aqui dentro ou lá fora, há também suas ressalvas. Nunca tive uma bela vizinha. Nem recordo friamente qual foi a mais feia. Perca de tempo, falei a mim. Queria tomar uma dose de vodca com Bukowski. Tragar alguns charutos com Puzo. Ah! Que lindo seria ficar ouvindo as diversas aventuras destes meus camaradas. O felino retorna desconfiado. Na vitrola, Vivaldi harmoniza o ambiente. Mentalizo bailarinas nuas. Cenas eróticas entre as notas musicais. Aumento o volume. Percorro até o jardim e repouso sob a grama num formato de estrela. O céu azul. Nuvens gordas. Algodão doce. Sorriso estampado enquanto a leveza conforta o coração. Olhos se fecham neste contraste de cores.