Mr. Hollywood

Num balcão em  bar comum…

O bate-papo e a pergunta: Quem é Wood? – era um dos assuntos que percorriam o ambiente. Havia dois homens de fisionomias completamente distintas que entram rapidamente e sem perder tempo, sentaram próximo ao garçom, munidos de seus pedidos: “por favor, duas cervejas”. Do outro lado, um casal. No final do balcão, havia um rapaz de estatura média, já familiarizado com o ambiente, um cliente antigo entre algumas outras pessoas conhecidas. Carismáticos, sorridentes, alcoólatras e algumas outras mulheres vulgares.

Eu, sentado no canto bem próximo a porta e já ansioso para deixar o estabelecimento – metódico receio. Na avenida, pessoas e automóveis circulam para cima e para baixo euforicamente – o tempo corre para todos de uma forma imensurável. Observo e, sou observado pelos dois homens que ao brindarem e tomar o primeiro gole de cerveja trocam olhares e corações sinceros, a felicidade momentânea diante de um teor destilado, e desta vez vejo gregos e troianos, brindarem fraternamente a paz. O clima quente e ar abafado sufocam pensamentos maléficos diante de uma sensação térmica de cinquenta graus. Um dia comum? Talvez.

Peço outra cerveja, molho minhas palavras, troco olhares com uma mulher do outro lado do salão, sinto a tua recíproca malícia marcada por um sorriso discreto que deixou escapar pelo canto da boca, por lábios carnudos, corpo atraente e seu perfume… – não sinto. Os outros dois homens, detectaram como lobos vorazes, salivando e famintos por aquela caça, cria-se ali diante de seus olhos uma hipnose mágica. E, naquele ininterrupto segundo, alguém diz em alto e bom som: “Bem vindo, Sr. Wood – Mr. Hollywood”.

E um grande silêncio enalteceu entre ranger de dentes…

 

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