Somos aquela breve massa cefálica. O corpo imóvel neste móvel ambiente. O quarto escuro. As luzes do outro lado da rua continuam acessas. Resta-me no silêncio, o desapego involuntário daquilo que antes eu considerava meu ponto de vista. Observo descontroles sociais. Almas digitais. Entre a ficção e a realidade buscamos encontrar as verdadeiras respostas. Porém, já estamos condenados ou simplesmente predestinados a transitar por caminhos míopes. Acreditamos ou projetamos superficialmente outras formas de existência, contudo estamos fora de órbita. Terra. Terrestres. Jogados em fezes. A escória da sociedade. Escritores não possuem superpoderes por terem a favor objetos ortográficos, gráficos. Crânios. Canetas. Lápis. Laptop. Revisores. Corredores. Usurpadores de influências. Despojaremos de suor, lágrimas, sangue e fúria. Gladiadores de borracha. Somos tão vulneráveis quanto qualquer coisa que seja descartável e de fácil acesso. Haverá temor por quase nada. Metódicos. Talvez, supersticiosos não brincam no escuro.