Casa, lar e corpo

Guardei na última gaveta o passado. Agora, resta-me tirar o pó que há em todos os móveis e depois, lavarei todos os cômodos que possa existir dentro de mim. Certamente, meu corpo é como um lar, onde é hospedeiro de boas e más energias, de bons e maus amigos e, por fim, até daqueles certos inimigos que sorrateiramente apertam a campainha e saem correndo igual as crianças ladeira à baixo.

Nesta casa, como qualquer outra tem as suas regras, entretanto pra facilitar a compreensão pode chegar nela mantendo o padrão: por favor, com licença e obrigado. Nisto, tanto eu quanto vocês iremos manter a ordem dos fatos a seguir – caso seja, realmente necessário. Então, lá vou eu reformar este lar tanto a parte interna quanto a externa, será imprescindível pintar com uma cor bem alegre cada parte e com muito cuidado para não respingar tinta pelo chão. Também, irei me manter atento para que nada fuja da sua bela característica e aconchego.

Contudo, por apego ou não, sempre fui bem cuidadoso com tudo e principalmente com a segurança que nos tempos de hoje é algo tão disputado e olha, se paramos para comparar com outras coisas que privam a nossa liberdade já estaremos arrependidos pelo mundo e cotidiano que colaboramos diretamente ou indiretamente para chegar a este patamar. Mas, vamos em frente já que eu ainda não acabei e os meus vizinhos também anseiam por essas breves mudanças.

E nestas tais mudanças, além de limpar e pintar, haverá um belo jardim e lindas flores e quem sabe até cactos para deixar alguns ambientes harmonizados. Por fim, mais que justo, terá e entrará em vigor o dia da faxina geral, onde pretendo também deixar de guardar as coisas na última gaveta e queimá-las junto aos lixos e tudo será apenas fragmentos, cinzas contra o vento.

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