Recordo-me do primeiro avião de papel que fiz ainda na infância. Vago ao lembrar daquela concentração e do sorriso natural, espontâneo ao pensar que chegar tão alto fosse fácil. Acredito que todo mundo já tenha sido um “Forrest Gump” e, nem que fosse por um instante para impressionar alguém. Nisto, temos aqui um menino, com os seus heróis fora dos padrões da Marvel e muito longe daqueles que Hollywood tentou cativar. Persuadir – droga; a frustração ganhou mais um Oscar.
Os pensamentos deste meu personagem voam alto, afinal ele é de uma personalidade fantástica e quem não gostaria de ter superpoderes. Quem? Ele, caminha pelas ruas em qualquer horário, dia ou noite, tem uma vida comum perante olhares que o cruzam ao atravessar por avenidas ou linhas subterrâneas do metrô desta capital paulista. Um trabalho, uma rotina, e talvez, seja realmente necessário ele obter tudo isto para que não se levante nenhuma suspeita.
Em novos tempos, aviões causam medo e isso já foi considerado caso terrorista para alguns e aos outros, patriotismo radical – morrer por uma causa. E, isto me fez pensar. Quantos de nós estamos dispostos a morrer por uma causa?
Essas “causas”, por exemplo, seria um amor, uma arte, um sonho ou uma honrável liberdade. Mas falando deste menino, ele é só uma criança em frente da televisão, imaginando aviões de papel se transformando em pássaros de aços sobrevoando altos prédios, onde nenhum super-herói além de homens comuns sonharam com o topo.
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