Crianças e seus balões

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Balões vermelhos. O céu nem sempre está azul. Crianças correm de um lado ao outro. Disputam calçadas. Atenções. Pais são malabaristas. Sorrisos. Gostosas gargalhadas. Um menino. Uma menina. Duplinha recordista. O menino deseja voar. Somos dois no meu pensar. Ele novamente corre de braços abertos. Impulso nem tanto involuntário. Parou. A mãe chamou-lhe a atenção. A menina correu atrás do irmão. Unificaram-se as mãos.

Balões rosas. Nuvens brincam. Giram. Menina aponta o dedo para o céu. Arco-íris desenhado no papel. Observam-me. Observo. Trocamos quase nada. Tímidos sorrisos. Diminuo meus passos. Eles continuam a correr incansavelmente. Vejo a Wendy puxando o menino Peter Pan. Recordo pertencer ao bando dos “garotos perdidos”. Desvio. Peço licença. Continuo a andar. Não olho para trás.

Não houve despedida. Nada além de vultos. Corro. O tempo é curto e já estou atrasado. Livro em mãos. Busco algumas soluções. Não retornarei “a terra do nunca”. Crescemos. Talvez, rápido por demais. Agora sou aventureiro desta realidade. Sem ser herói de terno e gravata. Balões… Cores. Sirenes. Murmúrios. Ambulâncias. Ambulantes. Disputam espaço. Clientes. Eles também correm e por motivos diferentes.

Continuamos meio órfãos. Carentes. Ilusionistas. Perfeccionistas. Vivendo um dia por vez de transitória esperança. Constituímos. Erguemos impérios. Famílias. Saudamos momentos. Sorrimos nem sempre por tão pouco. Choramos. Banhamos nossas almas. Vagamos por esta terra árida entre balões coloridos. Entre olhares concentrados, outros desprevenidos. Eternizamos nossas adoráveis crianças.

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