Retorno a escrever e hoje meio sem querer. Talvez, um pouco por descuido e outras vezes por falta de tempo – a vida realmente é engraçada e louca, no meu caso desvairada, canalha que brinca todo tempo de ser rei e hoje ele mandou eu escrever. Afinal, eu amo essa porra de escrever e devo agradecer ao meu pai – o grande causador da minha revolta literária. Recordo-me brevemente de um passado sem infância, ou melhor, breve infância. A minha mãe também tem a sua parcela de culpa assim como eu tenho, todo mundo é culpado por um bem que não fez e hoje resolvi enterrar todas as vítimas – somos os novos gângsteres e o pior que de nós mesmos.
O mês é setembro e tudo agora está mudando, mudou. Eu já não tenho os mesmos pensamentos de quando era um jovem complexado e hoje sou um homem repleto de novos sonhos, tenho um novo amor, amores pela vida e quero viver tudo com uma certa intensidade. Diante dos meus olhos considero isto algo que deve ser valorizado mediante a cada sensação e de alguma forma com exclusividade. Por outro lado, eu continuo com a mesma personalidade, com o perfil heterogêneo comparado a outros escritores anônimos e as constantes evoluções humanas – amo escrever e vejo-me como aqueles homens das cavernas rabiscando paredes, escrevendo sem borracha o teu cotidiano para registrar o passado e marcar o futuro.
Ah! Como é inexplicável o meu anseio de ser imortal, ser lembrado igual Tupac ou Mario Puzo, além de ser o protagonista da minha própria vida e talvez, eu consiga, mas antes devo tomar vergonha na cara e terminar de escrever meus livros. Devo parar de tentar contratar um escritor que existe dentro deste eu sonhador. Devo administrar o tempo, devo apreciar aqueles lindos seios antes de dormir e rir ao aquecer aquele corpo frio que anseia o meu carinho – devo entregar-me da mesma forma aos amores do mundo antes que a noite fria venha bater à minha porta sem pedir licença e fazer deste homem o mensageiro de algo desnecessário.
Não falarei nunca mais que continuarei assim, ou melhor, jamais falarei que serei fiel as irreversíveis mudanças, pois elas não precisam de fidelidade sendo que elas surgem e nos pegam no contra pé e em outras vezes nos viram de ponta cabeça para entendermos que somos totalmente vulneráveis a danos – hoje estou tranquilo e como sempre não escrevo esperando aplausos. Escrevo. Rescrevo. Escrevo os meus pensamentos através de diversos sentimentos e essa minha arte é solitária, o meu covil, a meu eterno romance que no final imagino ser feliz. É, apenas minha e mesmo que publicada continuará sendo minha. Pois, eu serei julgado por aquilo que agrada ou desagrada e o meu nome estará em bocas banhadas de veneno.
Acreditem nisto ou não, mas eu não irei implorar para acreditarem na minha despretensão. Contudo, aquilo que muitos já imaginaram ou esperaram sobre a minha pessoa será nada mais que uma breve utopia. Irei rir e talvez zombar da cara de vocês quando acharem que eu não vou escrever boas histórias – maldito por mal dito fica ao teu critério continuar a achar pertinente as minhas obras. Por fim, não somente as estações do ano estarão de passagem (…).