A cara cortada. O nó na gravata.
Chuva cai e molha a empregada.
O andarilho, os cães, o anjo de cara negra.
Descalço pelas ruas da cidade.
Vaidade esbanjada. Grife da vadia enjoada.
Pobre suicida que tenta satisfazer o seu desejo.
O dinheiro que compra tudo. O abraço gratuito tornou-se obrigatório.
Não existe amor em SP para os tolos rebeldes.
O cobrador do ônibus desanimado. Sonolento. Exausto.
O motorista estressado. O idoso genioso. A criança chorona.
A bela de óculos escuros com fones nos ouvidos. Sexy com nariz e rabo empinado.
Os manos que falam gíria. As tias que falam em nome de Deus.
As ciganas do centro anseiam prever meu futuro.
Prostitutas afirmam garantir meu prazer.
O vendedor ambulante corre para não perder.
Todos querem vencer.
Todos andam atrás de um troco. Lucro.
Sonho de ganhar na mega sena. Para tudo tem fila e senha.
Preferencial do lado esquerdo ou direito.
Os políticos estão sempre no meio termo.
Um dia comum. Pessoas diversificadas. Credo.
Incrédulo. Crentes. Não somente de fé.
Acreditamos em nossas verdades e nas mentiras.
Nada talvez seja tão comum.
Colorido ou cinza.
Veremos o que optamos ver neste cotidiano.