Parece até moda.
Marcar presença no Sarau
E dizer que é poeta
Demonstrar com sutileza a expressão que já fez com a caneta.
Passar noites em claro
Quebrar o silêncio com os pensamentos
Demonstrar respeito e sentir inveja de outro escritor.
Parece até moda.
Fingir que entendeu
Sorrir e pagar a famosa simpatia
Demonstrar através de sorrisos a sua amargura.
Levantar bandeira e dizer que é periferia
Mas na hora que o bicho pega
Demonstrou facilmente a sua covardia.
Parece até moda.
Quando eu escrevo algo que te incomoda
Sem pedir licença, saqueei a sua alma
Quebrei o seu coração que é terra fértil.
Invadi o seu quintal, seu universo menestrel
Joguei sob sua cabeça a sua carapuça
Demonstrei que a minha caminhada é diferente da sua.
Parece até moda
Ganhar aplausos, se sentir o astro
Não olhar nos meus olhos e dizer que estou errado.