Já caminhei sem destino, vaguei nesta viagem a procurar de algo que não sabia bem ao certo. Olhava ao redor e observava aqueles rostos abatidos pelo cansaço, pelas batalhas ou sobrevivência, em outros momentos tinha aqueles que estavam repletos de energia, luz e juventude. Cercado de sorrisos largos e macios como a pele de uma mulher formosa.
Os meus pensamentos não estavam presos, mas ainda eu tinha a breve impressão que a minha alma e o meu coração não estavam em repouso. Durante as madrugadas frias, via-me sempre com o mesmo desejo, o mesmo sonho e ao amanhecer tudo se encontrava indiferente. Cinza, tão cinza como as nuvens que passa pela janela.
Houve momentos que a única coisa a fazer era se esconder em universo que realmente apenas eu saberia o destino e o que seria necessário carregar para este trajeto. As pessoas olhavam e passavam sem questionar a minha presença, o meu corpo, o meu odor e a minha humilde aparência. O inapreciável invisível abraçado pelas frustrações e a depressão.
Fez apenas que os joelhos não fossem ao chão novamente e que aos céus chegasse algo que poderá mudar o ciclo. Mas enquanto isso, tudo era simplificado e mistificado perante o clone de nossas aparências a este mundo de desencontros.
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