O tempo cerca-me e determina
Cronometrado já está minha vida
Centraliza-me e joga-me ao atraso de mais um dia.
Passaram-se segundos, minutos e nem vi os milésimos.
Percebi apenas as horas que gastei, desperdice.
Lutando contra o tempo, o sono que me consome.
Tudo ao meu redor parece estar com fome.
Insaciáveis andarilhos que passam a revirar lixos.
Observar a nudez da honra e da humildade gera vergonha.
Cadê a minha vida normal?
Além daquela de apenas sobrevivência.
Aniquiladora de sonhos.
Gostaria de agora poder apenas ter um poço.
Lá iria jogar todas as minhas frustrações
Principalmente as que surgem três e quarenta da manhã.