Livrai-me de todo vício

O cigarro entre meus dedos, o suor marcado em minha camiseta. A fumaça que cobre os meus olhos seria por acaso a mais bela névoa que está simplesmente em meus braços. Pensamentos marcados, como o valor do maço – livrai-me de todo vício.

Sensações e a mancipação de todos nós, o caminho sagaz entre as vítimas de alcatraz que hoje beijam flores, sem cores. O tom cinza existe para diminuir a beleza no que se vê. Crer será que já é o bastante?

Orações que movem montanhas, metáforas que jogam joelhos de encontro ao chão e o coração ao apelo de perdão. Correrá, correrei, corro na contra mão dos insanos, o mundo que me deseja sob suas tentações, as incertezas desse jogo marcado baralha-me nesta carta de copas, pois vejo paus e espadas derramando sangue por ouros. Tolos.

Somos os primeiros a morrer e os próximos a enterrar entes, recordações, saudades. Nada do que fizemos valeu apena de verdade, muito menos os ensinamentos já que não houve no final os arrependimentos. E vaguei, vagamos entre meninos e homens, lobos e cordeiros, serpentes e pombos. Obviamente, desejamos a cura de todas as doenças, aflições e livrai-me deste cálice de sangue. Livrai-me de todo vício em que nos tornamos.

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