Devolva-me, pois só tenho isso.
Não tenho mais nada do que isto.
Já morri por sonhar e também por não acreditar.
Viverei apenas por tentar e quem sabe lá na frente um dia eu irei de conquistar.
Devolva-me, pois só isto me basta.
Não quero mais nada.
Já que no mundo hei de ver apenas desgraça.
Maldades do mundo moderno.
Bárbaros, continuamos desde o tempo dos nossos antepassados.
Mas, agora não me importa essa história.
Por favor, devolva-me.
A minha alma.
Ela está aprisionada e revoltada.
Jogada aos prantos.
Passando noites em claro, desesperadamente gritando por liberdade.
Massacrada pela ansiedade.
Devolva-me.
A minha fé, a crença nos momentos de ternura.
Pois já a vi presente, porém balançada na aflição.
Descrença aos braços da solidão.
Devolva-me, pois este é o meu corpo e o meu sangue.
A minha santa ceia.
O meu espírito sagrado, o meu batismo.
O meu prazer de escrever palavras para um dia poder ver renascer o novo amanhecer.