Pare o relógio!
Antes que a Vó morra de calor e que a menopausa da vizinha chata seja declarada no corredor. O clima sim, já desandou além de estar de pernas bambas.
Antes existia a verdadeira primavera e no decorrer encontrávamos os ansiosos pelo verão, os equilibrados pelo outono e os lunáticos pelo inverno. Sim. – aqueles lunáticos que se jogava na piscina ou caso contrário tinham muita coragem de tomar banho gelado ou sair correndo pelado. Sério! Tem louco para tudo e mais um pouco neste mundo.
E olha lá o Vô olhando para o relógio em seu pulso, confuso e já falando: “- Que calorão”. – e de vez enquanto dá aquela olhadinha para o céu esperando a chuva.
É tudo realmente está mudado, o tempo, as gerações, as educações e a cultura. Modernizaram até as antigas tradições e veja o Vô vagando nas lembranças, sentado na varanda, em seu repouso que aos poucos vai virando cochilo e um daquele bem pesado em que o bom velhinho chega até a abrir a boca.
Os cães que corriam de um lado para o outro, agora estão pensando com uma expressão exausta juntos aos seus meros corpos de barriga no chão se devem gastar energia para correr ou latir. – uma grande dúvida para eles que não estão conseguindo nem balançar o rabo.
Vamos lá, pare o relógio e preste atenção antes de preferir ler apenas um parágrafo, um verso de algum poema e resolva sair correndo por essas ruas tumultuadas, varrida de insanos, românticos, admiradores, viciados, fascinados pelos seus vícios. Já que percebi que ninguém tem mais tempo nem de fazer novas amizades pessoalmente, agora é tudo tão virtual que podemos comprar e vender, sonhar, morrer, transar, desejar, conhecer e si perder e a rede social acaba de localizar você. Impressionante, tudo apenas em alguns segundos, cliques.
Abriu-se a janela do mundo, as grandes evoluções, a rapidez das informações e será que já estou desatualizado? Não sei. – apenas estou escrevendo, enquanto a Vó recolhe as roupas do varal e o Vô finge estar surpreso com o calorão andando de um lado para o outro brincando de aumentar o volume do seu rádio de pilha.
E lá se vai às mudanças climáticas mais uma vez e das gerações, a experiência de vida versos a tecnologia. Eu, escrevendo algo pequeno para você ler até o final e rindo com esses dois velhinhos pelo quintal.
Ahh que lindo! 🙂