O coração que se exploda
Amor que mata o leão por causas nobres
Covardes que desta vez me consome
Cega-me
Por nada, por tão pouco
Morremos por tudo
Um bando
Hienas, políticos
Igual medicamento genérico
Detesto-me
Até detesto, conviver com o pouco
Com mínimo que nos resta
A praga
Que do nada se instala
Devasta-me e engole sua carne
Anseio
Anseia-me a dizer aquilo que penso
Cala-me, mata-me se for capaz
Se for a minha hora
Por dizer a verdade
Escrever realidade
Sem estudo
Por estudo, matam-nos com caneta e papel a base de ouro
Somos todos pobres tolos
Matadores de tempo
Marcadores de pontos
Escravos anônimos
Iludidos
Drogados
Por essa cidade que nos condena
A viver
Sobreviver
Se quiser um dia vencer.