Passar a noite em claro, e dormir pela manhã após um bom banho quente. Acordar de repente com uma baita dor de cabeça, em seguida jogar uma água fria no rosto.
Ver o movimento das quatro paredes que me cercam. A reviravolta de concreto, sem meu simples manifesto. Desperto. Percebo.
A minha companheira que me espera sentada no sofá, o almoço que atropela o chá da tarde e que ao mesmo tempo já vira uma entrada para o jantar.
Sem vacilar, procuro tomar cuidado para o amor não esfriar. Já que a vida dura venha a nos condenar. Trabalhar, ralar, correr que nem louco atrás do pão.
Atrás de um troco como muitos outros, sobrevivência transparente, capitalismo resumido. E lá vem a nossa força na auto-estima dos nossos sonhos, desejos.
Prossigo a correr contra o tempo, verificar os e-mails, olhar as redes sociais, escrever de forma clara e de bom entendimento. Inspiração para encontrar em mim algum talento.
Já é tão comum viver todo esse tempo desviando da rotina, buscando em mais que mil novecentas e oitenta e quatro palavras.
A magia de viver um dia por fez.