Acendo um cigarro.
Olho para o nada. Brinco com a fumaça e tento não pensar em desgraça.
Sem graça é viver jogando xadrez com a solidão.
Pensar nas desilusões pode causar depressão. Mas não preciso me apresentar, apenas me observe, deseja-me.
Entre os lençóis, em seus braços o meu corpo. Tente saciar-me com um trago, com um bom papo, com um gole.
Muitas vezes queremos estar de porre, escutar algum som, uma inspiração.
Tranca-me.
Por alguns momentos em seus pensamentos, prometo que retorno e não será passageiro declarar o meu amor pelo poeta.
Filosofar o que nem se deve pensar.
Mas prefiro o sono profundo e acordar sem lembrar no que eu estava sonhando.
Sendo assim, nada tem mais importância.
Liberta-me.
Dos espíritos infantis e dos sorrisos inocentes. Somos todos culpados.
Por viver.
Crer.
E esperar a esperança que corrói as lembranças. Imaginamos.
A redenção, o retorno, o consolo.
O amor perdido.
Recordo-me do meu próprio eu e vejo o passado.
Massacro com um sopro e jogo-me ao conforto, ao refúgio de estar em paz.