Morrerei escrevendo por mim, sem mais.
Nem mais. Apenas continuarei por alguns anos, meses, dias, horas e alguns segundos.
Cronometrado.
Às vezes me tornarei um relógio com os ponteiros descontrolados.
Mas sinceramente, escrevo para aliviar os meus pensamentos, esvaziar-me de tantas coisas que gostaria de falar e até mesmo me reencontrar.
O reencontro sem hora marcada. A vida que nem sempre é doce. Não tem as belas flores em nossos caminhos. Cuidado.
Espinhos.
Em nossa trajetória e em nossos corações. Rancores que jamais aliviam as dores.
Sabores. Cores. Valores.
Restam. A mim e a você… O esperar.
Digo desde já: Não consigo falar no singular. Somos o elo da corrente.
Um reflexo. Linhas e entre linhas.
Parágrafos. Capítulos.
O verbo.
Escrever.
Jamais vou escrever por escrever, sou a palavra das palavras.
Sem graça. Seria estar sozinho, mas é como me sinto.
Escrevendo por mim e esperando que você leia.
Acorde.
Pois um dia eu morrerei.