Ouço pingo de água caindo da torneira do banheiro.
Fazendo eco. Quebrando o silêncio.
Tirando o meu sossego.
Cães resolvem latir.
Penso que tem alguém querendo invadir, roubar, sei lá.
Mas resolvo me levantar.
Em meio à madrugada, ao quarto escuro.
Ao ar gelado, noite fria.
Vou até o banheiro e aperto a torneira.
Olho pela janela e não vejo nada. Nada viola a minha paz.
Sarcástico.
O meu lado da cama já está congelado.
E o meu sono já atormentado.
Calado e sem graça.
Pois a merda dos vira-latas ainda continua a latir por nada.
Nada.
Além da madrugada.