Não verei o presente, o amanhã e sim somente lembrarei o passado que eu via. Os meus sentidos estão alterados, me sinto atordoado, sem reflexo. As emoções estão à flor da pele e confesso que explicar a causa disso tudo seria umbrático.
Tenho apenas algumas lembranças dolorosas, os tempos de soldado, guerras e cansativas batalhas. Tornaram-me preparado para enfrentar tudo e ser capaz de resistir às maiores dores, mas agora sou apenas a sombra, o invisível. Um número negativo, com sentimentos de tristeza, arrependimento e eternas insônias, os meus sonhos quando durmo são filmes de terror, pesadelos constantes. Enxergar somente o negro como a noite só da à sensação que estou cercado pela morte. Mais nos meus momentos sóbrios procuro o brio, pois ainda estou vivo, escuto e sinto o perfume de tudo. Várias vozes, aromas, murmúrios, pressentimentos, pois tenho a certeza que estou sendo visto com aqueles olhares de compaixão, o despertar da comiseração.
Em momentos de conflitos, o amor não me faz companhia, corre em alta velocidade, se esconde da depressão e chega a ser o mágico tornando o próprio em uma grande ilusão. Se pudesse o definiria como uma lágrima que após escorrer pelo rosto seca, é passageiro. Enfim, não fique triste sou a cegueira que não consegue mais ver as maldades, os inimigos, o desespero, a descrenças e muito menos nem a crença. Não consigo ver mais a vela acessa, à luz do dia, da esperança e o da bonança…
As coisas belas como o sorriso, as flores. Escuto apenas o barulho do relógio de bolso marcando um horário qualquer enquanto as minhas palavras vagam em meio à sala silenciosa que está quente pelos raios de sol que bate na janela. Pois eu quero apenas que me veja além da minha cegueira…