O amor você esconde, não se entrega, não se rende
A vida passa a ter várias histórias em suas avenidas,
Viadutos, morros, vielas, travessas, becos e ruas.
Com vários aromas, você seduz, encanta, engana
Nos torna, escravos, colônias, descendentes, carentes
Inocentes, fiéis, ignorantes, andarilhos.
Pelas Praças, parques, esquinas, ruas sem saída, debaixo de pontes
Encontramos mendigos, homens, mulheres, crianças,
Na sua dura realidade, solidão e ilusão.
Entre os incríveis congestionamentos, muvuca, existem tantos sentimentos
Pessoas concentradas em si, outras pessoas jogadas ali, pequenas descalças aqui.
Olhares, angustiados, tensos, preocupados.
Em suas veias cinzentas, temos a feira livre, a simplicidade e o carisma
Somos cercados, pela cultura, arte e drama, na ação tem a sua incansável violência
Porém, tem tantos guerreiros que corre de um lado para o outro, trabalhando 24 horas.
Somos eternos românticos, amantes, estrangeiros, imigrantes
Pais, filhos, avós, netos
Pessoas que construiremos em vocês grandes estruturas, edifícios.
Que mesmo sendo desprezados, ignorados,
Temos em você um amor viciante, eterno, opaco, quente
Por você, agradecemos, sorrimos, oramos, rezamos, choramos.
Comemoramos o seu nascimento todos os anos,
Parabenizamos por vivermos em ti, sofrer, morrer e ter incansáveis sonhos.
Pois são ainda 458 anos.